texto de hoje:
"Sem risos, nem balões espalhados
pela casa. Sem amigos escondidos, sem velas para serem acesas e depois
apagadas. Sem desejos para serem assoprados. Sem canções, nem palmas, nem
pedidos de discurso. A casa realmente quieta, as luzes estavam realmente
apagadas, e era realmente seu aniversário. Isso não era uma surpresa, e nem era
algo feliz.
Girou a chave, descalçou o
sapato, e sem perceber esperou dois segundos a mais que o normal para ligar o
interruptor. Estava vivo mais um ano, não era exatamente um bom motivo para
comemorar.
Se arrastou pela programação
insossa da TV; esfregou dos dentes com pasta, a pele com sabonete e os olhos
com os dedos. Achava ridículo usar pijama, mas isso não o impedia. Achava
ridículo sua condição, mas isso não o impedia. Achava ridícula sua tristeza,
mas isso não o impediu de querer ouvir “feliz aniversário” de qualquer um que
fosse.
Fechou os olhos e conseguiu
dormir logo.
Parabéns."
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