"Com muito esforço, venci terrenos
e inimigos, e conquistei minha vitória. Agora, e a partir de então, minha
fronteira era eu! Tudo que houvesse da minha pele para dentro era meu, e só a
mim dizia respeito. Demarquei e exibi minhas superfícies não aleatórias
cobrindo-as de vermelho e dourado: as cores do meu reinado. Criei postos de pedágio,
alfândegas; proibi hospedagens e destruí qualquer possibilidade de invasão
estrangeira. Meu corpo não era uma democracia. Invadi, tomei o governo de
assalto, e apliquei minha nova política ditatorial. Instaurei meu golpe de
estado do prazer de ser eu. Me amei. E me armei. Me coroei imperatriz. Minhas
leis eram rígidas, mas necessárias. Recorrer ao erro era uma cultura muito
antiga e muito praticada entre os meus. Sabia que em breve seria deposta. Todo reinado
tem seu fim, era só esperar. Mas esse momento de espera seria repleto de glórias
e primaveras. Possivelmente, eu até mesmo seria traída por mim. A plebe nunca
está satisfeita."
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
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