terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Era uma gaja delícia. Poderia ter Armanis, Diors, Dolces & Gabbanas a vontade – talvez até tivesse, aparentava assim, só a vi com um sapato de salto, o esquerdo, e não sei reconhecer um Prada quando vejo, admito, mas enfim – ela poderia ter qualquer coisa. Ou até não ter. Ela poderia não ter a voz que eu imaginava, poderia não ter comida em casa, por isso tão esbelta, poderia até não ter o gosto para mulheres como eu. Como eu. Mas algo que ainda bem que ela não tinha era uma persiana boa, adorava a ver passeando sob a luz do sol, sob qualquer pretexto. Agradecia a qualquer deus que estivesse a mão no momento, o fato dela ter um gosto divertido para roupas íntimas e a vontade desleixada de deixá-las de lado, todo dia. Toda tarde."

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