segunda-feira, 23 de maio de 2011



Quer for na estréia não paga!

E ainda ganha um café!

E um brinde!

E um abraço!

:O)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

continuação da matéria da Neo Tokyo

A ROSA DE VERSALHES

Nos anos 70, houve um intenso movimento feminista, as mulheres queriam mais do que serem tratadas como mãe ou como objeto sexual. Além da luta de serem respeitadas e valorizadas nos ambientes profissionais, haviam suas necessidades pessoais. O casamento por amor era uma novidade, e se tornou uma tendência manter uma relação de amizade entre os cônjuges. E qual mangá que é a idealização desta nova mulher japonesa? Lady Oscar!

Ambientada nos anos que precedem a Revolução Francesa, Berusaiyu no Bara (A Rosa de Versalhes) conta a história de Oscar, uma mulher criada como homem pelo seu pai, que se torna chefe da guarda francesa, responsável pela segurança de Maria Antonieta. A história gira em torno do amor (real) de Maria Antonieta por um conde sueco e, principalmente, em torno do amor de Oscar e André (ambos fictícios). Este mangá foi tão importante que quando Lady Oscar (assim chamada pelos fãs) morreu, houve uma comoção generalizada: Algumas classes tiveram suas aulas canceladas, porque as meninas não conseguiam parar de chorar, houve quem ficasse tão abalado que não conseguiu sair de casa durante dias.
Corajosa e valente, havia feito uma carreira militar de prestígio por meios próprios; conhecera o amor na forma de seu criado, André – que era um amigo de infância; diante das injustiças do mundo se torna revolucionária; e morre defendendo seus ideais na queda da Bastilha. Além de loira, com cabelos longos e fartos, bela em sua androgenia, Lady Oscar era a representação exata do ideal da época onde os papéis sociais pré-determinados estavam sendo discutidos.

ANOS 80


Existe no pensamento japonês, de forma enraizada, que a pessoa mais adequada para cuidar das crianças, e isso justifica o afastamento desta do mercado de trabalho, é a mãe. Devido a isto, o governo incentiva as mulheres casadas a serem “do lar”, recebendo um auxílio financeiro. Parece bom, não é? Mas o que acontece quando os filhos crescem e saem de casa? Quando não há o que fazer além de esperar o marido voltar do trabalho, para comer e dormir? Nunca conversaram durante anos, vão conversar o quê agora? O que acontece? O VAZIO. Foi percebido uma grande insatisfação das mulheres no que seria seu papel social, e isso gerou grandes questionamentos sobre a divisão sexual do trabalho.
E qual a situação da heroína nos mangás em plenos ’80? Bem, digamos que neste momento de grandes questionamentos, a maior heroína da época era... um homem.
Ranma Saotome, do mangá Ranma ½, é um garoto de 16 anos de idade que caiu em uma das Fontes Amaldiçoadas de Jusenkyo, por isso se transforma em uma versão feminina de si mesmo quando molhado com água fria, mas volta a ser homem ao ser molhado com água quente. Sendo disputado por quatro noivas diferentes, e por vários homens que caem em seus encantos na sua forma feminina.
Novamente está presente a dualidade de gêneros na mesma personagem, mas ao contrário de se parecer um homem (Lady Oscar), ou de se desfarçar de homem (Princesa Safire) Ranma é homem. Pelo menos a maior parte do tempo. O contra-peso da questão está na figura de Akane Tendo, estudante que apesar de ser extremamente cortejada pelos garotos da escola, repele os homens - a custa de muita pancadaria por sinal, dizendo que só vai sair com quem vencê-la na luta. Ela é a filha mais nova e herdeira do Dojo de sua família, e foi prometida como noiva para Ranma, apesar de ambos repelirem essa idéia. Acontece que quem a vence pela primeira vez na vida é justamente Ranma na sua forma feminina. Ao descobrir a verdadeira situação do seu “noivo”, Akane passa o restante dos episódios tentando se tornar uma lutadora mais eficiente – e não conseguindo; e Ranma tentando deixar de se transformar em mulher – Idem.
É curioso notar que enquanto o Estado Japonês incentiva as mulheres a desempenharem o papel de dona de casa, a família Tendo faz o mesmo com a jovem Akane, mas esta recusa a situação. E apesar de ser a filha mais nova, é a herdeira. Ou seja, aquele Sistema Ie que conversamos no começo da matéria já está se esfarelando.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Matéria minha na Neo Tokyo

Este mês sapiu uma matéria minha na revista Neo Tokyo.
ÊÊÊÊÊ!!!

mas como é grande vou publicar aos poucos...


Até 1945, o Japão era bem diferente do que é hoje: Era governado por um deus vivo, e toda a sociedade era baseada no Sistema Ie, algo que pode ser entendido como “família”. Aquele núcleo social composto avós, pais, filhos, netos, genros, noras, etc. Todos morando na mesma casa e servindo a uma hierarquia de poder e privilégios: os homens antes das mulheres e os mais velhos antes dos mais novos. Essa hierarquia refere-se a tudo: desde o direito a fala até a ordem do banho. Segundo esse sistema, por exemplo, o filho mais velho recebia toda a herança dos pais (negócios, terras, dinheiro) e os outros irmãos recebiam nada. Quando uma mulher casava, ela realmente deixava sua família e entrava na família do noivo, recebendo assim, novos pais e mais obrigações. Como nas antigas sociedades, a mulher era moeda de troca, a família tratava dos casamentos visando acordos políticos e financeiros. Essa maneira de agir e pensar se estendia por toda a sociedade japonesa, até culminar na figura do Imperador, que seria o “Grande Pai” de todos.
Só após o fim da II Guerra que as coisas mudaram.
Apenas a partir de 1945 é que as mulheres tiveram direito ao voto, e puderam se candidatar a cargos públicos, e a constituição de 1947 define a igualdade de direitos entre homens e mulheres e promove a liberdade do casamento, ou seja, as mulheres agora poderiam se casar somente se quisessem.

E qual o mangá, escrito para o público de jovens garotas, refletia muito bem essa nova realidade?

A PRINCESA E O CAVALEIRO

Numa terra onde apenas os homens podem governar, uma menina é tratada como futuro rei. Safire, a princesa, é apresentada a todo o reino como um menino, esta farsa visa combater de frente um duque terrível, que seria o próximo na linha de sucessão ao trono. Mas ao fazer quinze anos, Safire conhece o príncipe Franz e se apaixona. Agora o futuro de seu reino e de seu coração está em suas mãos. Este é o enredo-base de A Princesa e o Cavaleiro (Ribon no Kishi). A história de uma heroína que possuía dois corações, lutava com espadas, usava uma peruca exageradamente glamorosa e vivia um amor impossível, foi o escrita e desenhada pelo deus do mangá Osamu Tezuka.

Antes das aventuras da princesa Safire, as histórias escritas para meninas eram todas escritas e desenhadas por homens, e assim, as histórias eram baseadas na opinião masculina do que as mulheres deveriam querer. Sempre se tratavam de histórias onda uma garota que sofria, e ansiava pelo casamento e maternidade. Este mangá deu voz ativa para as heroínas. Propôs as suas leitoras que lutassem pelo que achassem certo, mesmo contrariando os desejos dos pais e da sociedade. Está certo que no fim da história, Safire se torna efetivamente mulher, com um só coração e se casa. Mas estamos falando de 1953. A Princesa que também era cavaleiro foi uma revolução.

Foi a primeira história longa para meninas. Se antes duravam dez páginas ou menos, Ribon no Kishi durou 3 anos. Ele introduziu os olhos grandes, os corpos longilíneos e os cabelos espetados. Foi essa história, voltada ao público feminino, que foi a base da estética que iria moldar a industria do mangá como um todo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Por unanimidade, Supremo reconhece união estável de homossexuais

Eu ia até escrever uma história hoje.. mas essa conquista merece todo espaço possível!

Não é segredo que sou adepto a luta contra homofobia há anos.
Segue abaixo a matéria do site Uol:

Por unanimidade, Supremo reconhece união estável de homossexuais

Em um julgamento histórico e por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (5) reconhecer as uniões estáveis de homossexuais no país. Os dez ministros presentes entenderam que casais gays devem desfrutar de direitos semelhantes aos de pares heterossexuais, como pensões, aposentadorias e inclusão em planos de saúde. A decisão pode ainda facilitar a adoção, por exemplo.

Foram analisados dois pedidos no julgamento: um deles do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), para que funcionários públicos homossexuais estendam benefícios a seus parceiros, e o outro da Procuradoria-Geral da República (PGR), para admitir casais gays como “entidade familiar”. A decisão do Supremo terá efeito vinculante, ou seja, será aplicada em outros tribunais para casos semelhantes.

Na sessão de hoje não votou apenas o ministro José Antônio Dias Tóffoli, que se declarou impedido de participar, já que atuou no processo quando era da Advocacia-Geral da União. O ministro Carlos Ayres Britto foi o relator, acompanhado pelos demais colegas para definir a vitória dos movimentos homossexuais.

O julgamento começou na quarta-feira (4), quando falaram o relator e cinco defensores da iniciativa, além de dois adversários –um deles representante da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Os ministros, no entanto, evitaram listar todos os benefícios que os casais gays passariam a receber

Em sua decisão, o ministro Ricardo Lewandowski aprovou a união, mas ponderou que o Congresso deve legislar em temas ainda não previstos pela Constituição ou reservados a pares formados por um homem e uma mulher. O presidente da Corte, Cezar Peluso, afirmou que existem similitudes entre casais heterossexuais e uniões homossexuais, não igualdade.

Diante de um plenário menos disputado do que na quarta-feira (4), quando o julgamento começou, os ministros evocaram o combate ao preconceito para votarem a favor da união estável gay. “A homossexualidade caracteriza a humanidade de uma pessoa. Não é crime. Então por que o homossexual não pode constituir uma família? Por força de duas questões que são abominadas por nossa Constituição: a intolerância e o preconceito”, disse o ministro Luiz Fux.

“O reconhecimento de uniões homoafetivas encontra seu fundamento em todos os dispositivos constitucionais que tratam da dignidade humana”, afirmou o ministro Joaquim Barbosa, em uma decisão que durou menos de dez minutos.

O Congresso foi criticado pelos ministros da mais alta corte do país. Peluso ergueu o tom da voz para fazer uma "convocação que a decisão da Corte implica, para que o Poder Legislativo assuma essa tarefa [de discutir direitos dos homossexuais], a qual ele não parece ter se sentido propenso a exercer". "O Poder Legislativo tem que se dispor e regulamentar", completou o presidente do STF.

O ministro Gilmar Mendes afirmou que os políticos vivem "um quadro de inércia" para legislar sobre o assunto. Lewandowski também fez críticas ao Poder Legislativo e admitiu que o Supremo assumiu uma função que caberia à classe política.

Entenda o julgamento
Entre as novas garantias que podem ser dadas após a decisão do Supremo estão pedidos de aposentadoria, pensão no caso de separação e uso de plano de saúde. Algumas decisões para estender direitos aos parceiros do mesmo sexo já foram tomadas por tribunais, mas o STF nunca tinha se pronunciado sobre o assunto.

Em seu voto proferido ontem, quando a questão começou a ser discutida, Ayres Britto também cogitou, sem se aprofundar, a possibilidade de adoção de crianças por casais homossexuais.

Antes de relatar os casos, Ayres Britto pediu um levantamento nos Estados para saber se a união civil de homossexuais já era reconhecida. O ministro detectou que isso aconteceu em tribunais de dez unidades federativas: Acre, Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Essas decisões, de primeira ou segunda instâncias, podem pesar a favor do movimento gay no julgamento no STF. As decisões judiciais autorizaram não apenas as uniões civis homossexuais, mas também pleitos de pensão e herança.

Mais de 20 países de todo o mundo reconheceram a união civil de homossexuais antes do Brasil, incluindo o Uruguai. Outros, como a Argentina e várias partes dos Estados Unidos, permitem casamentos gays –uma decisão ainda mais condenada pela Igreja Católica.

quarta-feira, 4 de maio de 2011


“Jovem italiana com rosto completamente judaico, a não ser pelo perfil. Levanta-se, as mãos estendidas para o parapeito, e com apenas o corpo miúdo à vista, sem o estofo dos braços e ombros, agarra um pilar como se o vento estivesse para arrancar uma arvore. Lia uma novela policial que seu irmãozinho por muito tempo ficou pedindo empestado, inutilmente. Sue pai, ali perto, com o nariz pronunciadamente recurvado, enquanto o dela apresenta uma suave curvatura no mesmo lugar e por isso mesmo era menos judaico. Olha freqüentemente para mim, por curiosidade, para ver se eu não teria finalmente a bondade de parar com aquele (este/meu) olhar importuno.”

Relato de uma viagem, 09 de setembro de 1911 – onde anotava o que via, onde pudesse, o tempo todo.



Kafka, preso a sua própria solidão, era um homem conturbado com acessos de genialidades. Fosse hoje com twitter e celular, seria apenas mais um chato.

terça-feira, 3 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

PAULICÉIA CITY

-onde as canções não são assobiadas-


Seu nome era sentimento
E meu sentimento não tinha nome
nem lugar.
Tinha alvo, meta, desejo
Tudo que pudesse ser resumido em uma imagem
sua boa
Que dizia seu nome
meu sentimento
Que quando sorria
me fazia gritar por dentro.