quarta-feira, 28 de março de 2012

sexta-feira, 23 de março de 2012

"Disseram mais de vez que eu tinha outro irmão além daqueles tudo que eu via o tempo todo. Mas que este já era morto. Cadáver. já tinha vindo assim pro mundo. que eu mais ele vinha disputando espaço dentro de mãe e que só eu vinguei. cordinha do bigo meu, parece que enrolo no pescoço dele e assim faleceu. meu irmão era matado por mim antes mesmo de viver. Já pensei muito sobre isso. todo dia penso. Hoje eu penso que foi melhor assim. Se ele já era azarado antes de nascer a ponto de morrê enroscado, imagina de vivo o que ele ia sofrer. Ter tanto azar foi a melhor sorte que já vi."

segunda-feira, 12 de março de 2012

Morreus Moebius.


a arte existe porque a vida não basta.

Disse Ferreira Gullar.

Hoje descubro que Moebius está morto.

O homem que me apresentou Sonhos transformados em matéria, pela primeira vez na minha vida.

Antes de Dali. Antes de Miyazaki.

Apesar de seus inúmeros trabalhos solos, deixo aqui esta imagem do Batman.

O olhar do Artista sobre a realidade que lhe é apresentada, cria outras realidades. E assim, sucessivamente.

Como na Banda de Moebius...

sexta-feira, 9 de março de 2012

- Não me diga seu nome.
- Como assim?
- Não quero saber o nome com que teu namorado te chama.
- E você vai me chamar como?
- Vitória.
- Vitória?
- É. Vitória.
- E eu te chamo como?
- Cesar.
- Cesar? Não é o seu nome, né?
- Não. Cesar foi um conquistador, um imperador, um homem que conseguia muitas coisas.
- E o que este Cesar quer?
- O mesmo que o outro Cesar queria?
- Que seria?
- Vitória.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Corriam em direções contrárias, mas no mesmo sentido. Se encontravam depois do 2° quilometro dele, e bem depois do 4° quilometro dela. Era um bom dia quando tinham fôlego, ok, só aconteceu uma vez, depois era só uma mão levantada que não muito tempo depois acompanhava um sorriso. Um dia eles fez três quilômetros sem parar, e se sentiu pleno. Continuou o trajeto a pé e viu ela vindo. Decidiu.

- Vamos voltar?
- O quê?
- Faz o caminho de volta e eu te acompanho.
- E porque você não volta e me acompanha?
- Porque eu acabei de vir de lá. E não gosto de passado.
- E você quer que eu volte para o passado.
- Não, não. Ao meu lado, é só o futuro.

Ele podia dizer que viu um sorriso no rosto dela, mas não tinha certeza, e não importava. O que importava ali era que ela continuou correndo e talvez até um pouco mais rápida. Ou para compensar o tempo perdido, ou para se afastar dele, ou ainda, para dar a chance dele ver o futuro. Ela mesma.