segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PAULICÈIA CITY

-Onde TuH és divina e graciosa-


Sorria como um verso de Noel
Andava sob uma partitura do Pixinguinha
Londres ainda soava em seus ouvidos
E seu riso refletia o dia.

Os machucados eram mais troféus que cicatrizes
Suas palavras de amor estavam declaradamente tatuadas
E seu piercing era um gracejo

Tinha esperança, uma passagem comprada e uma mala rodada
Tinha um sonho, uma paixão, e uma história para contar

Levou embora uma promessa, um livro e metade de um abraço
que ficou de devolver o mais breve possível.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Ele deu um tapa no ar. Fez um movimento brusco e curvilíneo para apagar a última das velas. Nunca assoprava. Nada. Sua mão proporcionou uma pequena lufada de vento, forte o suficiente para trepidar a chama e apagá-la. Tão acostumado, fez o movimento subindo os degraus, olhando em outra direção. A chama se apagou logo, e dela saiu uma fagulha de um vermelho tão vivo e intenso que brilhava mais que o esperado. Essa fagulha rodou pelo ambiente e se refletiu nos olhos da menina. Foi um segundo, ou talvez menos. Mas nesse pequeno instante, seus olhos pareciam vivos de novo. Daria a impressão de quem a menina quanto a fagulha viviam e morriam juntas, e não que ela já estivesse morta há alguns minutos. E logo depois desse segundo, ou menos, a escuridão total. Ele teria achado poético, se tivesse prestado atenção."

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PAULICÉIA CITY

-uma brisa ausente-


Mais distante do que imaginava
Depois de ônibus, metrô e trem
Sentado sob o sol ardente
Olhando florzinhas quietas
Sorria
Docemente enganado.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Teatro em LIBRAS


Tenho muito o que dizer sobre isso. SObre o grupo, sobre as idéias, sobre os planos...

MAs hoje, só direi que se eu fosse você, eu iria.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

“Raul Seixas me dizia que para aprender o segredo da vida bastava observar o choro das pedras. Que, percebendo o lamento imóvel do calcário, se compreenderia que certas coisas não valem certos esforços. Como se os seres mais antigos do planeta, tivesse aprendido que, ás vezes, só nos resta constatar - o choro em si é opcional.
Que a felicidade não é algo que está em suas mãos. Não é algo que depende de você.
Que até o suicídio é uma espécie de lamento.
Que os momentos felizes não valem seu peso em lágrimas se colocarmos na balança todo o desprezo, rancor, humilhação e tudo o mais que a vida lhe cobra por um carinho a mais.
O Raul me falou que o segredo da vida é que vai dar merda.
Mas isso já não era segredo algum.”

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cê tá sumido... qui é qui cê tem feito?

Tenho trabalhado pra porra!




Todos aqui sabem que admiro o Mario Bortolotto. Mesmo quando eu me afastei de São Paulo, de ir a festas e peças, eu acompanhava seus escritos e assim, sabia o que ele fazia. Quando eu não consegui entrar na estréia do “O que restou do sagrado”, percebi que realmente o tempo do teatrinho – os amigos vão entender – tinha acabado. E a vida foi me levando, levando... O Mario foi a primeira pessoa que me abriu os olhos para o tempo desperdiçado, e assim, para o desrespeito com o próprio trabalho. Foi para ele que fiz a primeira homenagem em cena (Tem que ter culhão! – 1), quando ele foi alvejado, não pude ir para o hospital, porque ia dar vexame. Tenho um lado histérico que o bom senso me ajuda a não mostrar. Mas enfim, o que eu quero dizer com isso? Que novamente, pensando no Mario, decidi mostrar aqui o que tenho feito que me tem impedido de criar um texto novo por dia – bons tempos, hã! – E assim, manter sempre atualizado. Na verdade, eu não precisava falar nada disso... Mas eu tenho orgulho dos meus amigos. Gosto de falar deles. Gostaria que as pessoas conhecessem algumas pessoas que conheço, e assim o mundo se tornar um lugar melhor. Pelo menos para mim.

O que tenho feito:

• Estreei 05 peças esse ano. Uma no Rio de Janeiro. Todos textos meus.
• Criei e dirijo um grupo de teatro em LIBRAS.
• Estou dando aula para uma das melhores turmas que já tive, lá em Diadema.
• Estou dirigindo um grupo de Butoh.
• Dirijo duas atrizes no Rio de Janeiro.
• Lancei meu primeiro livro.
• Ganhei alguns prêmios e alguns editais – não recebi nada ainda.
• Ando engordando feito um peru – é que o natal taí, sabe...
• Assisti mais e 100 filmes.
• Li mais de 50 livros.
• Não vi nem 10 peças.
• Tenho estudado japonês sozinho – é horrível, se alguém quiser ajudar, agradeço.
• Tenho feito um curso da USP sobre a Questão de Gênero no Japão – da Era Meiji até a atual. Muito bom, mas tenho que fazer uma monografia...

E o ano não acabou, e ainda não fiz tudo o que queria.

Mas para começo de conversa, é isso.


Estou em cartaz com “Conheci uma pessoa”,a última peça da Trilogia Lésbica.

Meu elenco é muito bom. Tenho uma sonoplasta que pegou no susto e está mandando muito bem. E as pessoas têm gostado.

Abaixo, o que a Priscila Jerônimo – atriz e dramaturga, escreveu no seu blog:


"
Hoje, fui ao teatro ver: " Conheci uma pessoa" texto e direção: Ronaldo Ventura.


Já havia assistido a outra peça do Ronaldo Ventura ( Eu queria ser a Cássia Eller ),que faz parte do Trilogia Lésbica e confesso que gostei imensamente da leveza do texto, da beleza da trilha sonora e da inquietante curiosidade que a peça despertou em mim, não de viver algo (gls), não é isso, mas a curiosa vontade de ver como a história continua, ou seja dá vontade de ler o livro, de saber mais desses personagens... A beleza da peça está exatamente em não erguer uma bandeira gls, mas de mostrar que os sentimentos, as inquietudes, o romance, a paixão, é desperta em seres humanos,em pessoas, independente de gênero. É uma história de duas mulheres que se compreendem, se tornam amigas e por consequencia se envolvem emocionalmente,mostrando que o amor, a essência do sentimento independe de sexo (gênero)e como é belo de se ver...
E como disse a ele ( Ronaldo), todos os textos que leio e a segunda peça que assisto, me remetem a 3 fatores essenciais e presentes em sua obra: gosto (sabor), som e cor. Parabéns Ronaldo, pelo bom gosto e pela singeleza de falar de algo tão peculiar quanto o amor, a amizade e o carinho entre pesssoas do mesmo sexo. Eu recomendo."



Agora xô i lá, que tenho que ir para Diadema, pegar uma carona até a USP, se der, na volta passo na Cinemateca para ver outro filme.

Se eu fosse você, semana que vem eu iria assistir a peça.

Tentei colocar a imagem e não consegui.

Há Braços

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Mais intimo que dividir a cama, é dividir o espelho do banheiro"