segunda-feira, 30 de julho de 2012

Virei um editor da Wikipédia. Estou muito motivado com isto. Já escrevi dois artigos, e estou arrumando totalmente o artigo sobre o Luís Otávio Burnier. Não sabe quem foi? Vai lá ver! :O)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

“Eu já vi mais do que eu precisava, e menos do que eu merecia, e não há pinga o bastante para deixar tudo opaco o suficiente."

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Hoje é o dia do Escritor

E você pode contar nos dedos da mão do Lula, que escritor vive de literatura no Brasil. Não. Não estou brincando.

terça-feira, 24 de julho de 2012

“Eu não li Paulo Coelho o suficiente para acreditar em sinais, em coincidências, em simetrias cósmicas, algo assim. Eu não sabia nada do futuro e nem que eu poderia prever algo só olhar para aqueles belos seios. Eram do tamanho exato da minha palma. Eram vesgos, e se eu tivesse um pouco mais de imaginação, teria pensado que um apontava para mim, o outro para o seu marido. Mas eu não sabia que ele existia. Eu só sabia que meus seios eram menores, e que só olhavam para ela. Sabia do meu sabor, pelo que recolhia de sua saliva. Sabia do teu cheiro espalhado no meu lençol. Eu nunca tive muita imaginação, por isso repetia as mesmas cenas na minha cabeça, procurando a sua saliva no sabor dos meus dedos, esfregando minha pele no lençol em busca do teu cheiro. Meus seios doíam e lhe queriam. Disso eu sabia. Não precisei ler nada para entender isso. Assim como quando eu vi aquela aliança que nunca usada na minha frente. Mas ela não estava na minha frente, conversava com um homem que lhe segurava a mão com carinho correspondido. Segurava uma taça, com cinco dedos, dois anéis e uma aliança e sorria para ele. O seio, que nunca me olhou de frente, agora me fitava, e parecia rir de mim.”

segunda-feira, 23 de julho de 2012

" - Você não é escritor?
- Tenho cara disso?
- Eu já vi uma foto sua.
- Eu tambem, e não gostei nem um pouco.
- Eu li todos os seus livros!
- Eu também. E não me ajudaram em nada."

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Estudos I - morador da região

"O nome do desgracento é coisa que não se diz. (pausa) Se canta: (começa a cantar) “Sarrulho, galhofeiro, chifrudo fedorento, Pé em casco, olho vesgo, dente torto, dente mal, três risca em taludice, cicatriz de varapau, tu indo: deus-me-livre, tu voltando: credo-em-cruz, tu no claro: sarava, tu no escuro: nem matando, o teu nome não se fala, o teu nome: “tisconjuro”, o que se fala não se viu...” (para de cantar, mas mantém o tom) e o que se viu, não se fala."

terça-feira, 17 de julho de 2012

Estudo I - moço rico

"O que me custa? Terno de linho, sapato incolor, chapéu importado do Panamá, e esse anel. Pedra e ouro. Assim que tem que ser. O brilho dessa jóia, quando o sol bate, como me lembra seus olhos, como me lembra seu sorriso. O que te custa sorrir para mim? Teu pai já sabe: vai ser metade da terra, eleitorado na capital, já mandei cachaça e vestido. Quanto vale teu sorriso? É por quilo essa desgraça? Até um negro já mandei para teu pai! Você sabe quanto custa um negro? Porque você não ri para mim? Em quê você fica pensando quando quando eu e teu pai tratamos do nosso casamento? Que pensamento feliz é este? O que há de bonito no nada que você olha? O que te custa olhar para mim?"

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Estudos I - morador

"E acontece, e acontece, e acontece, e acontece. E é só isso que se faz. E é de fazê nó em tripa de doido, trança em cabelo de nêga, e três ponta em estrela d’alva. Digo, repito, e três digo se necessário for. O que houve, foi coisa que há, e há de haver até não parar de acontecer. Pois o acontecido aconteceu, o que acontece está acontecendo, e o que acontecerá? Virge Maria – Quenga Madalena, o que será que acontecerá? Não faz três dias e duas noites que se ouviu o último suspiro, mas foi um suspiro tão grande, do tamanho de uma serra de cinco montanha, mas que não valia um grão de poera cagada por cachorro sujo. O nome do desgracento é coisa que não se diz. Se canta: “Sarrulho, galhofeiro, chifrudo fedorento, Pé em casco, olho vesgo, dente torto, dente mal, três risca em taludice, cicatriz de varapau, tu indo: deus-me-livre, tu voltando: credo-em-cruz, tu no claro: sarava, tu no escuro: nem matando, o teu nome não se fala, o teu nome: “tisconjuro”, o que se fala não se viu...” e o que se viu, não se fala."

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estudos I - senhora.

"Jagunçada, vai ter guerra! A gente tomous as roças, os cavalos de dois doutor, que arreglaram medo e foram bater nos costados do coronel. Eu também não queria mexer com o homem, mas ele temalgo queeu quero. E o que eu quero, eupego para mim. O que eu quero é meu. E tem outra coisa, mas isso eu não vou tomar não, eu vou pedir. Porque eu sou educada. Posso ser filha de puta, mas fui bem criada, e não sou de fazer desfeita. O que eu quero pedir é isso: a valentia de vocês. Nós fomos de rapina, todos juntos, em coisa grande e coisa pequena. Era da necessidade do sustento e todos aqui já sabem disso. Depois construímos casa, poço e muro. Todo mundo aqui,e inté eu, tem mais risco de lanhada de mato, que de cicatriz de faca. A gente, nós aqui, nunca foi vagabundo, se roubamo, se matemo, foi porque era nós ou eles. Cada um conquistou o direito de sossego. Eu não. Eu tenho assunto. Eu vou resolver. Vou carregar o bacamarte, a pistola, pegar a faca, o facão. Eu cortar tira de carne daquele homem, e adubar a terra com seu sangue ruim. Porque nós vai ter guerra meus cabras. E eu vou ganhar. E eu queria a ajuda de vocês. Não quero obrigá não. Porque algumas pessoas que eu tô vendo hoje, podem não voltar. Quem voltar, vai voltar mais rico, e mais sinhor de si, e mais orgulho de ser homem. Vocês tem três horas para decidir. Quem for ficar, não vai ser desmerecido por ninguém, já tô avisando que não quero disso aqui. Mas também, não vai ter história boa para contar pros filhos que já tão vindo por aí, parabéns Alcide, que o seu seja o primeiro de muito. Outra coisa, essa vai ser a última rapinage que vai acontecer, eu e os valente, vamo voltar com os bolso cheio de ouro, e montar cada um a sua roça, depois de tempo, é capaz de quem ficar, ter que trabalhar nas terra dos outro, chamar de patrão que hoje é seu companheiro de pinga. Mas isso é questão de gosto. Eu que não nasci para ser criado de ninguém. Agora vão. Na madrugada, só vou contar os cavalos arriado e tomar precisão de quantos cartucho precisemo. Quando voltar, serei dona de mais coisa que se imagina, eu e os meus que forem comigo. Quem for ficar, já disse, tua cabeça é teu guia. Deus nosso senhor guarde vocês. Mas se alguém não entendeu ainda, falo de novo: quem for ficar é para ficar de paz, se for para ficar de medroso, está no meio de gente errada."

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Estudos I - menina-moça

"O que há entre tu mais eu, é só distância. Isso se resolve num pulo, num galope de cavalo bravo. Se pra ti e pra mim, se pra dois de nós virar um só, se o problema for só esse: chão de terra. Nem que for de mula manca! Cada passo que eu der, é um tanto a menos de mundo que fica pra trás. E é isso que me importa. Eu pra perto de você. E seja sob o sol, e seja sob a lua. E que venha vento, pó e chuva. Que tenha rio, montanha, carrapicho, tiririca, espinho ou farpa. Se cada isso (mostra um pequeno espaço com os dedos) que conquisto, diminui o tempo que falta pra dormir no teu braço, me derramar no teu cheiro, eu enfrento. Se isso, esse espaço cheio de nada, se toda nossa dificuldade é estar em movimento. Me aguarde que tô chegando."