terça-feira, 24 de julho de 2012

“Eu não li Paulo Coelho o suficiente para acreditar em sinais, em coincidências, em simetrias cósmicas, algo assim. Eu não sabia nada do futuro e nem que eu poderia prever algo só olhar para aqueles belos seios. Eram do tamanho exato da minha palma. Eram vesgos, e se eu tivesse um pouco mais de imaginação, teria pensado que um apontava para mim, o outro para o seu marido. Mas eu não sabia que ele existia. Eu só sabia que meus seios eram menores, e que só olhavam para ela. Sabia do meu sabor, pelo que recolhia de sua saliva. Sabia do teu cheiro espalhado no meu lençol. Eu nunca tive muita imaginação, por isso repetia as mesmas cenas na minha cabeça, procurando a sua saliva no sabor dos meus dedos, esfregando minha pele no lençol em busca do teu cheiro. Meus seios doíam e lhe queriam. Disso eu sabia. Não precisei ler nada para entender isso. Assim como quando eu vi aquela aliança que nunca usada na minha frente. Mas ela não estava na minha frente, conversava com um homem que lhe segurava a mão com carinho correspondido. Segurava uma taça, com cinco dedos, dois anéis e uma aliança e sorria para ele. O seio, que nunca me olhou de frente, agora me fitava, e parecia rir de mim.”

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