segunda-feira, 25 de julho de 2011

"Ele diz que me ama. Mas não agora. Agora ele não diz nada. Agora ele só aperta meu braço e me empurra. Me empurra em direção a parede e minha cabeça derruba um ou dois quadros. Agora eu tenho um pequeno corte que não percebo imediatamente, só depois, só depois de perceber a umidade do sangue. Mas isso é depois. Depois de olhar seus olhos e não reconhecer mais com eu estava falando. Depois dele ficar em silêncio e me empurrar. Mas isso foi antes. Isso foi antes dele me jogar no chão. E gritar. E gritar algo que não escuto porque seus tapas e meus gritos não deixam. Antes de ele pegar minha cabeça e bater no chão e perceber que o sangue na mão dele e em sua camisa são meus. Antes ainda de eu fechar os olhos e ouvir um zunido que vai baixando aos poucos ate sumir. Agora sim. É agora. É agora que ele diz que me ama."

Um comentário:

  1. o que é legal nos seus textos é que eles me remetem sempre a boas cenas mudas. divertido, né?

    =)

    ResponderExcluir