quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"Eu apenas olhava para ele, e piscava tentando acordar. Porque tudo parecia um pesadelo. Ele me falava com sua voz quase fina meio-divertida, e sorria, e me tocava com delicadeza. Me tocava como se eu fosse algo importante e frágil. De forma segura e suave, Não me parecia que eram as mesmas mãos que me bateram seis horas antes. Não parecia a mesma voz que me humilhou e machucou tanto. Não parecia o mesmo homem. Não parecia o mesmo sonho. Não estava mais naquele pesadelo, onde corri descalça, segurando uma camiseta rasgada para evitar mais vergonha. Eu tentava acordar e comecei a descobrir que não era um sonho. Ele estava mesmo sendo o mesmo que sempre foi. Gentil. Amoroso. Comecei a pensar que eu tinha sonhado os xingamentos, os tapas e os gritos. Ele falou algo como se eu não estivesse escutando realmente, e eu realmente não estava escutando. Ele piscou para mim de forma que ficou claro que ele sabia. Sabia que eu não estava escutando. Sabia o que eu estava pensando. Sabia que agora eu pensaria duas vezes antes de fazer qualquer coisa. Qualquer coisa."

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