quinta-feira, 20 de junho de 2013



““Se eu fosse fácil de ser entendida, eu não vinha com bula.” Ela não era capaz de se lembrar de como aquela conversa furada chegou nisso. Não saberia explicar o porque de ter perdido tempo com tudo aquilo. “Como assim”, ele perguntou com aquele sorriso “não estou ouvindo nada eu quero só é te comer”. A verdade é que ela gostava daquele sorriso, e não gostava de tudo que estava implícito naquilo, naquela situação, naquele sujeito... enfim, se ela fosse fácil de ser entendida não teria tirado da bolsa um exemplar de Moby Dick - meio velho, gasto, capa dura, texto integral – e jogado na mesa. “Tá aqui ó”, disse, respirando fundo e virando o resto da cerveja, e batendo o copo. “Se você quiser, é só ler”. Aquele sorriso sumiu. E ela imaginou todos os 14 pensamentos que poderiam estar passando na cabeça dele naqueles poucos segundos. E ela não sabia se ria disso, ou não.”

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