““Se eu fosse fácil de ser
entendida, eu não vinha com bula.” Ela não era capaz de se lembrar de como
aquela conversa furada chegou nisso. Não saberia explicar o porque de ter
perdido tempo com tudo aquilo. “Como assim”, ele perguntou com aquele sorriso “não
estou ouvindo nada eu quero só é te comer”. A verdade é que ela gostava daquele
sorriso, e não gostava de tudo que estava implícito naquilo, naquela situação,
naquele sujeito... enfim, se ela fosse fácil de ser entendida não teria tirado
da bolsa um exemplar de Moby Dick - meio velho, gasto, capa dura, texto
integral – e jogado na mesa. “Tá aqui ó”, disse, respirando fundo e virando o
resto da cerveja, e batendo o copo. “Se você quiser, é só ler”. Aquele sorriso
sumiu. E ela imaginou todos os 14 pensamentos que poderiam estar passando na
cabeça dele naqueles poucos segundos. E ela não sabia se ria disso, ou não.”
quinta-feira, 20 de junho de 2013
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