quinta-feira, 24 de março de 2011

- Então você se casou.
- ...
- Eu também. Não perdeu nada, não se preocupe.
- Eu não...
- O quê?
- Eu não preocupo.
- ... E como foi?
- ... Começou com uma flor. Depois vieram vários buquês. Depois de cada dente quebrado, depois das duas pernas quebradas, dois narizes quebrados, esse dedo quebrado duas vezes... depois de cada coisa assim, vinha um buquê.
- E agora?
- Sem flores.
- ...
- E o seu? Durou o quê? Três meses?
- Não... Durou um ano de muito amor, chocolate, pizza no fim da tarde, dois meses de briga pelo controle da TV, de discussão pelas contas... e de repente vieram alguns meses de dores, agonias, mentiras, sorrisos falsos, lágrimas atrás da porta, até que acabou.
- Quem foi embora?
- Ela.
- ...
- Câncer.
- ...
- Melhor assim.
- Sempre é.
- Nem sempre.
- ... Eu sei. Mas as vezes é bom mentir para gente mesmo.
- Sempre é.

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