sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Me sentia simples, e isso me dava uma impressão de triste. Olhava para perto, e assim, meus olhos caíam para pouco além dos sapatos. Não sentia fome, portanto minhas camisas pouco cobriam. Não haviam muito o que fazer em casa, então lia. Lia muito, e só sabia dos assuntos aprendidos em livros. Me chamavam de romântico. Minha mãe escolhia bem a genética que aparecia sem frente, e nasci bonito. Cresci sem agrados e sem espancos, diziam-me frio, quieto, ensimesmado. Todas as solas gasteis, junto com as calças, comendo poeira e chuva, mas pelo simples motivo de não querer se apertado dentro de um ônibus. Gostava de olhar para os olhos das pessoas, já que os rostos normalmente me eram vulgares, e me chamavam de profundo. Me amaram. Foi o que disseram. Não tenho provas disso. Bebi, comi, transei e voltei para casa todas as vezes, nunca expliquei o motivo porque não via motivo. Me amavam mais. Vivi incomodado, mas como era coisa minha, não comentei. Choraram e me apontaram dedos e me chamaram de frio. Mas eu só tinha aquela jaqueta. Sempre fui embora na hora errada, porque a chuva insistia em cair todas as vezes que estava sem meia."

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