terça-feira, 27 de julho de 2010

"Nem abriu os olhos. Tateou com a ponta dos dedos a umidade e pela viscosidade teve certeza que era sangue. Levou ao nariz. Um cheiro bom e um pouco desagradável. Coisas degradáveis eram boas em sua maioria. Continuou na umidade até encontrar a fonte, seu corpo. Tateando com carinho, foi criando outras umidades. Um pouco de saliva que gostou de engolir. Um pouco de suor que nem percebeu. E um toque delicado e viscoso que levou ao nariz por um segundo só para constatar o cheiro bom e agradável. Menos ferroso. Um cheiro de fruta que não conhecia. Um básico-ácido se fosse possível ela saber o que era isso. Voltou ao tato nos pêlos finos e na fenda úmida. Quanto mais carinho, mais molhado. Esqueceu do sangue e da mudança generalizada que iria ocorrer no dia já pré-programado para não se fazer nada. Quanto mais carinho, mais gostoso. Mordeu o próprio dedo. O outro. E percebeu o suor, quando percebeu a respiração mais alta. Apertou o maxilar e apertou o seu mamilo esquerdo. Seu pequeno e duro mamilo esquerdo. Apertou como apertou Michele. Mordeu o dedo quando lembrou de Michele. Quanto mais forte, mais lembrava de Michele. Tentou fazer como Michele fez com ela. Não era igual. Não era tão bom. Quanto mais rápido, mais alta a respiração, mais duro seus mamilos, mais vontade de Michele. Quanto mais Michele, mais molhado. Levou novamente o dedo ao nariz. O outro, pois o mordido agora estava descansando. Gostava do seu próprio cheiro. Melhor que bom. Mais que agradável. Abriu os olhos e viu sua primeira menstruação estragando o colchão. Se levantou, se preparou para o banho e foi chamar sua mãe. Agora era mulher. Poderia lembrar de Michele quando quisesse."

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